SEJA LIVRE, JESUS TE LIBERTOU

Prezado leitor,



Esta é apenas uma outra maneira de contar a você que Jesus veio a este mundo para salvar você. Porque Ele ama você.
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Antes que pergunte, este é um site pessoal. Não está ligado, nem pertence, a qualquer grupo, igreja, denominação ou organização religiosa. Não sou pastor, padre ou algo assim. Sou uma pessoa comum como você. O Senhor Jesus me encontrou e me salvou, e esta é a maneira que encontrei de falar dEle a todo mundo.


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Mario Persona

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DICAS DE BONS FIMES

Mãos abençoadas

Se a história de superação pessoal e sucesso profissional do Dr. Benjamin Carson, contada nas páginas dos seus livros, já emocionou e inspirou milhares ao redor do mundo, menor impacto não pode se esperar do filme sobre sua vida. Lançada em fevereiro de 2009, nos Estados Unidos, a produção começou a ser vendida no Brasil em janeiro deste ano (www.allcenter.com.br). Estrelado por Cuba Gooding Jr., cuja semelhança física com o médico impressiona, o filme mostra como o garoto de família desestruturada, com baixo rendimento escolar e temperamento descontrolado, se tornou um dos maiores neurocirurgiões do mundo. Tendo como ponto de partida uma das operações mais difíceis da carreira de Carson, a separação dos gêmeos siameses ligados pela cabeça, o roteiro retrata a infância de “Bennie” e mostra como a influência da sua mãe, da leitura e da fé em Deus foram fundamentais para que ele sonhasse e voasse alto.

Apesar de ser pintado como um homem sensível, religioso, idealista e bom pai de família, o filme decepciona os adventistas que (como eu) esperavam ver alguma referência ao adventismo. Na produção, a fé tem papel importante, mas secundário, na biografia de Carson. O grande mérito de seu sucesso é atribuído à mãe. Embora o drama termine com a bem-sucedida cirurgia de 1987, o “milagre” que consagrou o médico, deixou de abordar, ainda que no material extra, aspectos importantes da vida dele: como o trabalho filantrópico de sua fundação (http://carsonscholars.org), as condecorações que recebeu do governo americano e sua luta contra o câncer de próstata em 2002.

De qualquer forma, ninguém vai se arrepender de assistir Gifted Hands, pois é um estímulo para os jovens, uma homenagem aos pais dedicados e um lembrete a todos os cristãos de que nossas “mãos” são poderosamente abençoadas quando nos colocamos nas mãos de Deus.

Segunda-feira, Novembro 02, 2009

De Sapo a Príncipe

O documentário “De Sapo a Príncipe” (chamada.com.br), de 28 minutos, produzido pela Creation Ministries, toca num dos pontos mais frágeis do darwinismo: a origem da informação complexa. O título é uma brincadeira para mostrar que o salto evolutivo necessário para transformar anfíbios em mamíferos é simplesmente impossível à luz da ciência. O vídeo traz a clássica entrevista com o biólogo ateu Richard Dawkins, na qual ele fica sem resposta a uma pergunta sobre a origem da informação biológica e pede que a câmera seja desligada para ele pensar, após vários segundos constrangedores sem dizer nada. Além de Dawkins, são entrevistados o biofísico Lee Spetner, de Israel, o biólogo molecular Michael Denton, da Nova Zelândia, o especialista em ciência da informação Werner Gitt, da Alemanha, e o biólogo Don Batten, da Austrália. Produção singela (infelizmente apenas legendada), mas útil para conhecer um dos mais fortes argumentos a favor do design inteligente.

Domingo, Agosto 02, 2009

Fé e batatas

O periódico The Youth’s Instructor, de 17 de outubro de 1944, publicou a seguinte história, relacionada com a grande decepção pela qual milhares de adventistas passaram após o dia 22 de outubro de 1844:

O Sr. John Howlett tinha em sua fazenda uma grande plantação de batatas. Sua esposa Lizzie um dia lhe perguntou:

– John, você não vai colher as batatas? Já passou muito da época de colhê-las.

– Eu sei, eu sei – respondeu ele. – Mas eu não vou colher as batatas.

– Não vai colhê-las? As batatas vão apodrecer embaixo da terra, quando chegar o inverno.

– Não se preocupe, Lizzie, Jesus está para voltar. Não vamos precisar guardar batatas para o inverno. Estaremos no Céu. Também não tenho tempo de colhê-las, pois preciso proclamar a mensagem da volta de Cristo.

– Está certo, está certo – respondeu Lizzie.

A zombaria dos vizinhos de John foi ainda maior quando se constatou que havia ocorrido um erro na interpretação das profecias relacionadas com o ano de 1844. Além de ser considerado louco por não colher as batatas na época certa, John foi também chamado de pregador de uma falsa mensagem. Mas, apesar do equívoco, Deus estava com Howlett e com os demais adventistas.

Com o coração ainda angustiado pelo despontamento, John Howlett resolveu colher as batatas. Naquele ano, uma praga atingiu as batatas que estavam armazenadas nos celeiros, e os vizinhos que haviam zombado de Howlett perderam toda a colheita. As batatas que ficaram no solo, entretanto, não foram atingidas pela praga. Howlett generosamente partilhou com os vizinhos sua colheita e isso impressionou grandemente aqueles que o haviam chamado de louco. Deus cuidara de Seu filho.

Quando assisti “O Fazendeiro e Deus” (Faith Like Potatoes, 2006), lembrei-me da história de Howlett, ocorrida há mais de um século e meio. O filme conta a história real de Angus Buchan, um fazendeiro africano descendente de escoceses. Quando a situação em Zâmbia fica complicada, Buchan vende sua fazenda e se muda com a esposa e os filhos para a África do Sul. Dono de um temperamento difícil e muito estressado com a dura tarefa de transformar um pedaço de terra num local produtivo, Buchan finalmente encontra a paz no momento em que entrega a vida a Jesus. Mas não é “só” isso: ele se torna um homem cuja fé é capaz até de ressuscitar mortos; um pregador simples, porém comprometido com a missão de mostrar às pessoas que Deus é real e se importa com Seus filhos.

Para Angus, a fé tem que ser como batatas: crescem de maneira invisível debaixo da terra, mas são reais como o ar que se respira. A vida dele, como a de muitos preciosos cristãos, é a expressão prática das palavras de C. S. Lewis: "O cristianismo, se é falso, não tem nenhuma importância, e, se é verdade, tem infinita importância. O que ele não pode ser é de moderada importância."

“O Fazendeiro e Deus” é um filme tocante que mostra o quanto Deus está disposto a agir na vida daqueles que se entregam de coração, não importa onde vivam ou quão pecadores tenham sido.

Michelson Borges

Obs.: Há pelo menos uma cena duvidosa no filme. A certa altura, o pai de um menino que havia falecido sonha com o filho e o garotinho diz estar esperando por ele. O ambiente do sonho lembra muito o da nova Terra, o que fará aqueles que creem no sono da morte entenderem se tratar da promessa da ressurreição, já que o menino disse estar esperando e não vendo "lá do Céu" o pai. Os que creem na imortalidade da alma farão outra leitura: que o menino estava consciente após a morte e que o sonho era mais do que um sonho. Assista aqui a verdadeira explicação do que ocorre na morte.

Domingo, Maio 31, 2009

A Segunda Chance

O filme “A Segunda Chance” (EUA, 2006) tem como um dos atores principais o famoso cantor evangélico Michael W. Smith e oferece uma boa oportunidade de reflexão sobre a necessidade de se utilizar os modernos meios de comunicação (como a TV) na pregação do evangelho, sem esquecer de que a igreja deve tocar a vida das pessoas, ir até o lar delas, abraçar, se relacionar, abrir as portas e o coração para salvar.

Smith interpreta o pastor Ethan, filho do fundador no ministério The Rock, Jeremiah Jenkins. Para Ethan, o ministério é mais como um negócio. Cantor renomado, dono de uma bela casa, um carro caríssimo e autor de um livro, ele mal faz ideia do que seja o cristianismo prático. Por isso, o pai decide que ele precisa aprender um pouco mais sobre o verdadeiro trabalho de uma igreja e do pastor.

Ethan é enviado para auxiliar a Second Chance Community Church (Igreja da Segunda Chance), ligada ao ministério The Rock. Ali ele conhece o ex-presidiário e também pastor Jake (Jeff Obafemi Carr) que luta para salvar jovens afundados no mundo das drogas e da prostituição. A Second Chance representa para a comunidade, de fato, uma segunda chance de viver dignamente.

Os dois pastores, ainda que professem a mesma fé e pertençam ao mesmo ministério, batem de frente com a visão de trabalho diferente que têm. Para fazer a obra de Deus, eles devem superar essas diferenças e aprender lições profundas sobre tolerância, amor e fé. É uma segunda chance para os ministros também.

O filme mostra o encontro de dois mundos e a relevância do evangelho para ambos.

Domingo, Abril 12, 2009

Desafio do amor

O casamento está em vias de extinção. A cada ano, aumenta o número de divórcios no mundo. E, mesmo entre aqueles que resistem à “solução” da separação, muitos apenas se suportam, vivendo infelizes debaixo do mesmo teto. O filme “A Prova de Fogo” (Fireproof, dos mesmos produtores de “Desafiando Gigantes” e “A Virada”, já indicados aqui) toca nessa ferida, aponta os prováveis e mais comuns motivos desse problema e propõe a solução para ele.

Caleb Holt é capitão do Corpo de Bombeiros de Albany, EUA, tido como herói em sua cidade. A metáfora é evidente: ele salva pessoas quase todos os dias, mas é incapaz de salvar o próprio casamento. Percebendo a situação, o pai dele propõe um desafio antes de o casal partir para a separação. Relutante, Caleb aceita. (Detalhe: o ator principal é Kirk Cameron, que estrelou na adolescência uma série de sucesso e decidiu, depois, dedicar-se a projetos que promovessem o bem.)

A capa do DVD traz o slogan “Nunca deixe seu parceiro para trás”, que se aplica tanto para bombeiros quanto para casais. Comentários no site do filme deixaram claro que ele consegue fazer um retrato bastante preciso da triste realidade da fragmentação do matrimônio. Muita gente se sensibilizou e se identificou com a situação desesperadora do capitão Caleb e sua esposa Catherine.

O filme trata paralelamente e com certa discrição da batalha de todo homem (contra a lascívia) e de toda mulher (contra a vaidade). (Leia também: “A luta do homem e da mulher”. Com o relacionamento conjugal enfraquecido, Caleb é tentado pela pornografia na internet, enquanto Catherine começa a ceder às investidas de um jovem médico, em seu local de trabalho.

O “desafio do amor” proposto pelo pai de Caleb consiste em colocar em prática um simples programa de 40 dias no qual o cônjuge realiza pequenas atividades diárias com o objetivo de reconquistar o parceiro. Esse desafio acabou virando livro, com o título The Love Dare (O Desafio do Amor).

Quando chega à metade do desafio (lá pelo 20º dia), Caleb desanima ao perceber que nada parece estar dando certo. É aí que, mais uma vez ajudado pelo pai, ele percebe o que realmente está faltando em sua vida, e tudo muda – primeiro nele, depois na esposa. Afinal, como ensina o filme, não se pode dar aquilo que não se tem: o amor incondicional. Como e onde obtê-lo? É o grande “desafio” do filme.

Com esse tipo de amor, todo relacionamento se torna “a prova de fogo”.

Domingo, Janeiro 25, 2009

Teoria de Tudo

Deus existe? Será a ciência capaz de comprovar sua existência ou trazer mais razões para a dúvida? Doug Holloway (David de Vos) é um homem de família à beira da ruína financeira e matrimonial quando embarca numa jornada ao encontro de seu pai biológico, o Dr. Eugene Holland (Victor Lundin), cuja meta é nada menos que a maior descoberta a ser feita pela física moderna, a comprovação da Teoria de Tudo, que poderia "provar" a existência de Deus. Seu maior desafio é alcançar sua meta antes de ser privado de sua capacidade de raciocínio por causa de uma doença cerebral degenerativa. Na luta por seus objetivos, pai e filho unem forças para fortalecer a família e buscar esperanças em Deus. Uma história comovente sobre família, fé e física teórica. A Teoria de Tudo o inspirará a considerar as possibilidades.

(Garagem da Fé)

Nota: Como ocorre em alguns filmes evangélicos (e não somente com os evangélicos, evidentemente), o roteiro acaba sendo meio "forçado" e pouco convincente em alguns momentos. Mas a tentativa de entrelaçamento entre fé e ciência nesta produção não deixa de ser interessante.[MB]

Madre Tereza

Uma vida devotada aos pobres, aos doentes e aos esquecidos. Conhecida como "a santa dos pobres mais pobres", Inês Gonxha Bojaxhiu nasceu em Skopja, capital da atual república da Macedônia. Aos 21 anos, mudando seu nome para Teresa, ingressou em um convento de Calcutá. Onze anos mais tarde, deixaria o convento e começaria a trabalhar nos bairros mais pobres da cidade, vindo a fundar em 1946 a Congregação das Missionárias da Caridade. Seu trabalho em favor dos mais necessitados rendeu a Madre Tereza o Prêmio Nobel da Paz e o reconhecimento de seu trabalho no mundo. Neste sensível e humano filme, o diretor Fabrizio Costa mostra a dedicação, a luta e a intolerância sofrida pela missionária.

(Interfilmes)

Sexta-feira, Janeiro 09, 2009

Refúgio Secreto

Cornelia Johanna Arnolda ten Boom, mais conhecida como Corrie ten Boom, nasceu em Amsterdã, na Holanda, em 15 de abril de 1892. Membro de uma família cristã reformada, sua história de amor e dedicação ao próximo, não importasse quem fosse, se tornou conhecida em todo o mundo por meio de sua autobiografia intitulada Refúgio Secreto. A família Boom ajudou a salvar judeus durante a 2ª Guerra Mundial, escondendo-os em sua casa. Por isso mesmo, os Boom acabaram sendo levados para o campo de concentração Ravensbrück, na Alemanha, sofrendo fome e maus tratos nas mãos dos nazistas.

Os anos em que passou na prisão militar se constituíram numa intensa prova de fé para Corrie. Como amar pessoas tão más? Como perdoar os seguidores de Hitler por causar tanto mal aos inocentes? A morte da irmã Betsie, companheira de todos os momentos, foi um golpe duro para sua já abalada fé e capacidade de perdoar. Mas o exemplo cristão de Betsie falou mais alto. Seu último pedido foi que Corrie contasse ao mundo que mesmo no poço mais profundo é possível contemplar o amor de Deus e passá-lo adiante.

Por um engano dos nazistas, Corrie foi solta e, desde então, vem cumprindo a vontade da irmã. Após a guerra, Corrie retornou à Holanda para estabelecer centros de reabilitação. Depois ela visitou vários países e escreveu diversos livros, entre os quais o mais famoso, Refúgio Secreto, de 1971, que acabou virando filme e é distribuído no Brasil pela Comev (a dublagem em português deixa um pouco a desejar, mas a produção é boa e a história, comovente).

Corrie morreu em 1983, aos 85 anos, na Califórnia. Mas seu exemplo de amor e humildade ainda fala alto. “O que conta não é minha capacidade, mas minha resposta à capacidade de Deus”, escreveu.

Domingo, Novembro 30, 2008

O Peregrino

Na semana passada, assisti com minha família ao filme "O Peregrino", adaptação do clássico romance do escritor cristão John Bunyan (1628-1688), pregador nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra. O livro é uma alegoria da caminhada cristã rumo à vida eterna, passando pela salvação em Cristo. Dizem que é o segundo livro mais lido depois da Bíblia. Eu o havia lido há um bom tempo e foi bom recordar seu conteúdo por meio do filme que, apesar de um pouco antigo, é fiel à obra de Bunyan. Detalhe: um dos personagens principais é o Lian Neeson ("Lista de Schindler") em início de carreira. [Aproveite e leia o comentário que minha filha de seis anos fez no blog dela.]

Quarta-feira, Novembro 19, 2008

Criaturas Incríveis - Criação ou Evolução? (parte 1)

A Teoria da Evolução é verdadeira? Você já teve acesso a informações suficientes para avaliar entre criação ou evolução? O Dr. Jobe Martin descreve a si mesmo como sendo originalmente um evolucionista convicto e dedicado. Um dia, porém, após a aula na faculdade, um grupo de alunos veio até sua mesa com uma dúvida e um desafio que mudariam radicalmente sua vida. Eles simplesmente perguntaram se alguma vez ele tinha examinado a fundo as "suposições" darwinistas.

O Dr. Martin ficou perplexo! Ele estudara evolução por anos e jamais percebera qualquer "suposição". Entretanto, a idéia o intrigou e ele começou a estudar algumas peculiaridades específicas da Teoria da Evolução. Imediatamente, encontrou "suposições" que nunca vira antes; era como se uma lente escura tivesse sido removida e ele pudesse até mesmo ver que as suposições, de fato, existiam. Ele logo percebeu que certos mecanismos de sobrevivência dos animais jamais poderiam ocorrer aleatoriamente — mesmo num período de bilhões de anos.

Neste documentário. o Dr. Martin não apenas abre o jogo quanto a sua conversão de darwinista em criacionista, como também apresenta exemplos impressionantes de animais que foram projetados de maneira inteligente.

(Comev)

Segunda-feira, Novembro 10, 2008

A Virada

A produção é simples, a atuação de alguns atores deixa um pouco a desejar e o roteiro é bem singelo. Então, por que ver esse filme? Antes de responder à pergunta, uma consideração: as pessoas estão tão acostumadas a produções hollywoodianas milionárias carregadas de efeitos especiais e ação, que quando assistem a produções mais modestas (“A Virada” consumiu parcos 20 mil dólares) nem sempre se sentem satisfeitas em sua ânsia por entretenimento. Há filmes que devem ser vistos com outro tipo de olhar e com uma motivação que vá além do interesse no mero passatempo.

“A Virada” (“Flywheel”, no original, é uma peça essencial no motor dos automóveis) foi produzido pela Sherwood Pictures, a mesma que levou às telas o festejado “Desafiando Gigantes”. Na verdade, “A Virada” foi o primeiro filme deles, mas só agora foi lançado no Brasil. Escrito pelos irmãos Kendrick e estrelado por Alex Kendrick (o treinador Grant Taylor do filme “Desafiando Gigantes”), “A Virada” chega a ser um filme até mais convincente e se esforça para adicionar umas pitadas de bom humor na história.

Kendrick faz o papel de Jan Austin, um vendedor de carros usados que trapaceia seus clientes. Entretanto, em lugar de prosperar nos negócios, ele fica endividado, a relação com a esposa e o filho vai mal e mesmo sua vida religiosa se mostra uma farsa.

O filme segue meio monótono até certa altura, mas reserva alguns momentos surpreendentes e emocionantes mais para o fim, quando Austin percebe que sua vida pode ser diferente e que nem tudo está perdido. Que assim como o motor de um carro velho e parado pode ser consertado e posto em funcionamento com o simples virar de uma chave, sua vida também pode experimentar uma “virada” na direção da realização plena.

Por que assistir ao filme? Porque, a despeito das limitações técnicas, ele é capaz de mostrar que a fé traz sentido à vida quando permeia cada aspecto da existência; quando a religião deixa de ser um assunto de fim de semana e passa a ser um ingrediente importante do dia-a-dia.

Quinta-feira, Setembro 11, 2008

Ensinando a Viver

Em “Ensinando a Viver” (“Martian Child”, EUA, 2007), David Gordon (John Cusack) é um escritor de ficção científica que ficou viúvo recentemente e resolve adotar Dennis (Bobby Coleman), menino órfão que acredita ser um marciano em missão de exploração na Terra. Ignorando os sábios conselhos de sua irmã Liz (Joan Cusack) sobre os perigos da paternidade, e o receio da diretora do orfanato, Sophie (Sophie Okonedo), David decide ser o pai do estranho garoto que afirma ser um alienígena. Mesmo com o apoio da amiga Harlee (Amanda Peet), por quem David está cada vez mais interessado, o aspirante a pai se vê completamente perdido. Para começar, David corre o risco de perder o prazo de publicação de seu próximo livro, o que está deixando seu já nervoso agente Jeff (Oliver Platt) bastante preocupado. E ainda há o assistente social, Lefkowitz (Richard Schiff), e seu Conselho, que têm sérias dúvidas sobre a capacidade de David de ser pai. Em meio a tudo isso, Dennis apresenta um comportamento bastante esquisito, e continua a insistir que veio do planeta vermelho.

Uma série de acontecimentos inexplicáveis acaba por deixar David em dúvida sobre se a alegação do menino realmente não passa de imaginação. Mas, seja qual for a verdadeira origem desse menino notável, David se apega cada vez mais a ele e descobre o poder transformador do amor paterno. Irmãos na telona e também na vida real John e Joan Cusack já se cruzaram diversas vezes nas películas, em produções diversas.

(Correio do Povo do Paraná)

Terça-feira, Setembro 09, 2008

De Porta em Porta

“De Porta em Porta” (“Door to Door”, 2002, 90 min) apresenta a história verídica de Bill Porter, um vendedor de porta em porta dos Estados Unidos. Seria uma história comum, com uma pitada de nostalgia para alguns, não fosse um detalhe: Bill tem paralisia cerebral. Mas isso não o impede de lutar pela sobrevivência, e mais: pela superação e reconhecimento. Quando pede uma chance de trabalhar para uma empresa, de início ele é rejeitado por suas limitações evidentes. Porter não se dá por satisfeito e insiste: pede que lhe seja dado o bairro mais difícil da cidade. Consegue o emprego e tenta vender seus produtos, sem muito sucesso, inicialmente. A mãe, sempre presente, o incentiva a não desistir, até que ele consegue vender algo para uma mulher solitária. Daí para frente, Porter não pára mais de vender. Mas não faz apenas isso. Ele acaba tocando a vida de toda aquela comunidade, interagindo com as pessoas dali por muitos anos. Torna-se mais que um vendedor; transforma-se num amigo.

A grande lição deixada pela mãe de Porter é: “persistência e paciência”. Ele aprendeu a lição e acabou se tornando um dos maiores vendedores de sua empresa. Para os vendedores de hoje, fica a lição: entender as necessidades dos clientes, ouvir de forma interessada, quebrar preconceitos, tornar-se “amigo”. Fica também a crítica aos modernos sistemas de vendas que tratam as pessoas como objetos de quem se deve arrancar dinheiro.

Não se pode deixar de destacar também a atuação de Kyra Sedgwick, Helen Mirren e Kathy Baker, que interpretam mulheres importantes na vida de Bill e cuja atuação (assim como a de William Macy) é excelente.

Um filme comovente e inspirador.

Sábado, Agosto 02, 2008

Antes de Partir

Rob Reiner não é o típico diretor-de-aluguel hollywoodiano. Quem tem no currículo This is Spinal Tap (1984), Conta Comigo (1986) e Harry & Sally (1989) já se põe acima da média. Mas o fato é que Reiner nem faz muita diferença em Antes de Partir (The Bucket List). A comédia dramática se justifica e se apóia, independente de qualquer outra coisa, no carisma de Jack Nicholson e Morgan Freeman.

Nicholson vive Edward Cole, milionário gestor de hospitais cujo lema é um número: dois leitos por quarto, nunca menos. Freeman é Carter Chambers, um mecânico que abandonou seus sonhos de juventude quando viu que teria uma família para alimentar. Quando os dois ficam fulminantemente doentes, seus caminhos se cruzam.

E se cruzam porque, para não desonrar seu lema, Edward, o dono do hospital, acaba no mesmo quarto de Carter. O estranhamento inicial logo se transforma em apoio mútuo. Ambos têm poucos meses de vida, e só um doente terminal para entender o tipo de drama que o outro vivencia. Do nada, Edward convence Carter a fugir e botar em prática uma lista de últimos - e excêntricos - desejos antes de "baterem as botas". Nos EUA, a expressão usada nesses casos é "chutar o balde", daí o título original do filme, A Lista do Balde.

Pouco antes das filmagens, por uma funesta coincidência, Nicholson teve que ser submetido a uma intervenção cirúrgica que o deixou de molho por meses. O fato de interpretar um personagem turrão à beira da morte evidentemente transtornou o ator - e o filme se beneficia do estado de espírito indômito de Nicholson. Ele atua com um senso de urgência que enriquece o personagem, em interessante contraste com a pose sempre professoral de Freeman. ...

Em entrevistas, Reiner diz que sua intenção principal era equilibrar bem o drama da pesada premissa com algum humor, e fazer com que o sentimento não descambasse para o sentimentalismo. Nesse ponto, ele realmente sai vitorioso. Antes de Partir lembra-nos a todo instante da situação pela qual passam os dois personagens - e, principalmente, faz isso com uma dureza visual que inviabiliza o água-com-açucar.

Exemplos: a hora em que Feeeman percebe que o catéter estourou e sua camisa ficou toda suja de sangue, ou a gigantesca cicatriz na careca de Nicholson. Rob Reiner não se furta a filmar a doença em close-up; meias-palavras e esquivas, ademais, não são muito freqüentes nos filmes do diretor. O tratamento que Antes de Partir dá ao drama chega a ser estranho, como quando o personagem de Nicholson recebe, com um close-up em seus óculos refletores, a notícia de que tem poucos meses de vida. É um plano de um anti-sentimentalismo realmente estranho, absurdo até.

E dizer que um filme é estranho e absurdo, vale lembrar, conta sempre como elogio.

(Marcelo Hessel, Omelete)


Domingo, Junho 22, 2008

O Caçador de Pipas

O filme “O Caçador de Pipas” (The Kite Runner, EUA, 2007) é a adaptação do belo e aclamado livro homônimo do afegão Khaled Hosseini. A emocionante história dos amigos Amir e Hassan tem como cenário os últimos anos da monarquia do Afeganistão, na década de 1970. É uma narrativa cheia de metáforas que envolvem importantes aspectos da vida como amor, honra, culpa, medo, traição e redenção. No primeiro capítulo do livro, Amir afirma ter descoberto que “não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar. Olhando para trás, agora, percebo que passei os últimos vinte e seis anos da minha vida espiando aquele beco deserto”. O tal beco foi palco de um crime que atormenta Amir por longos anos. E o filme tenta mostrar que todos têm uma chance de voltar a ser bons e devem enfrentar os “fantasmas” do passado.

Umas das metáforas é o próprio símbolo que dá nome ao livro e ao filme: a pipa. O brinquedo remete Amir aos anos felizes da infância. Com a dominação talibã, após a invasão russa, até essa inocente brincadeira é banida do Afeganistão. E a inocência é banida da vida de Amir.

Fugindo da guerra, Amir e seu pai se mudam para os Estados Unidos em busca de vida nova. Amir se forma na faculdade de Medicina, conquista seu grande objetivo de publicar um livro, casa-se com uma jovem filha de um general afegão, mas, mesmo assim, os ecos da infância não silenciam. Até que um amigo doente que havia ido morar no Paquistão lhe telefona, faz um convite, propõe um desafio e oferece a chance que Amir precisava para fazer as pazes com seu passado.

O filme termina com o personagem novamente empinando uma pipa e deixa a sugestão implícita de que o perdão e a paz podem nos fazer sentir leves como um brinquedo de papel voando no céu. A redenção está ao alcance de todos. Basta querer.

Apesar de não ter comparação com a história comovente criada por Hosseini, o filme vale a pena e agrada aos que leram o romance, com a ressalva de que há pelo menos dois momentos fortemente dramáticos que tornam a produção não recomendável para crianças.

Segunda-feira, Março 10, 2008

A Última das Guerras

A princípio, "A Última das Guerras" parece mais um daqueles filmes de guerra com muitas explosão e sangue pra todo lado. Infelizmente, como todo filme de guerra, há explosão e sangue, sim. Mas não fica só nisso. O filme, baseado em fatos reais, focaliza o auge da 2ª Guerra Mundial, em 1942, quando a Cingapura é invadida por tropas japonesas. Um grupo de soldados aliados é levado para um campo de prisioneiros de guerra na selva da Birmânia. Ali há total desrespeito pela Convenção de Genebra e pelos direitos humanos. Os soldados passam fome, adoecem, são torturados e forçados a construir uma ferrovia em meio à mata selvagem. Enquanto um grupo tenta organizar a fuga e se alimenta do desejo de vingança, outro se volta para o estudo da filosofia, da literatura e da Bíblia Sagrada. E é nesses estudos que eles encontram esperança para continuar vivendo e adquirem a capacidade de perdoar até mesmo seus captores.

O filme, como se trata de uma história de guerra, traz cenas fortes e não deve ser visto por todo tipo de pessoa(especialmente crianças). Mas é um retrato nu e cru do que o ser humano pode se tornar quando não tem Deus na vida - e do que pode vir a ser quando permite que Deus tome conta de si.

Domingo, Fevereiro 17, 2008

Quinta-feira, Dezembro 27, 2007

A Jornada: Uma viagem pelo tempo

O ano é 1890. O professor do Seminário Bíblico da Graça, Russell Carlisle (D. David Morin, de "Compromisso Precioso", outro bom filme), está prestes a publicar seu livro e pede aos colegas do seminário para endossarem a obra. Um dos membros da comissão, o Dr. Norris Anderson (Gavin MacLeod, de "O Barco do Amor"), se opõe à publicação do livro devido ao que ele considera um erro grave: falar de valores e moral sem mencionar a autoridade por trás desses valores - Jesus Cristo. Segundo Anderson, a publicação do livro de Carlisle poderia ajudar a demolir os pilares morais que sustentam a sociedade.

Para provar que a idéia de que o ser humano pode viver moralmente sem Deus acarreta graves conseqüências, o Dr. Anderson desafia Carlisle a ver com os próprios olhos uma sociedade que abraçou essa doutrina. Como? Enviando-o mais de cem anos ao futuro através de uma máquina do tempo criada por John Anderson, o pai de Norris.

A partir daí, o cenário é o de uma grande cidade norte-americana, cheia de tentações e de cristãos nominais que acham que podem ser bons, mesmo pouco conhecendo de Jesus e de Sua Palavra.

A ficção científica pode ser meio "forçada", mas é compensada pelo bom roteiro, personagens e diálogos convincentes e pelos apelos e discursos de Carlisle. O toque de humor leve se mistura bem à proposta séria do filme de analisar a decadência moral do mundo que vive na iminência da volta de Jesus.

Nem precisa dizer que Carlisle fica chocado e, quando retorna ao passado, resolve reescrever o livro e renomeá-lo de "Time Changer", que é o título original do filme, lançado em 2007.

Deixando de lado alguns erros teológicos como o "inferno eterno" e o "arrebatamento secreto", é um filme que vale a pena ser visto.

Segunda-feira, Dezembro 24, 2007

Escritores da Liberdade

Quem é você? E as pessoas com as quais todo o dia interage? Com que profundidade conhece os seus colegas de trabalho? Se atua em educação, quais são as informações que possui a respeito de seus alunos? Normalmente temos apenas uma visão superficial e pouco clara da maior parte dos relacionamentos que estabelecemos ao longo de nossas existências. E será que estamos preocupados com isso?

Em se tratando de escolas, por exemplo, em muitos casos parece que o nosso único dever é o de ministrar aulas, passar conteúdos, preencher cadernetas, corrigir provas, cumprir cronogramas e planejamentos. O que não parece muito diferente daquilo que acontece em tantos outros setores produtivos da sociedade, sejam eles hospitais ou escritórios, fábricas ou lojas,...

Bater cartão, cumprir responsabilidades variadas, entregar resultados e atingir metas. Viver dentro de um sistema em que a meritocracia é o principal indicador de valor social nos distancia cada vez mais uns dos outros e, aos poucos, vai minando (a ponto de destruir em certos casos) a nossa humanidade. Devo esclarecer, dede já, que não sou contrário à produtividade, ao ganho, ao crescimento profissional e ao desenvolvimento econômico de pessoas, empresas e países.

No entanto creio que todos têm que ponderar questões e situações do mundo real que afetam a coletividade e que colocam barreiras e criam problemas a nossa existência. O debate sobre o aquecimento global, por exemplo, é um caso mais do que premente e fundamental para a existência de todas as formas de vida residentes nesse planeta. Da mesma forma, enquanto não nos preocuparmos sinceramente uns com os outros, iniciando essa ação a partir das pessoas que nos são mais próximas e presentes, como podemos imaginar que as questões globais poderão ser resolvidas?

“Escritores da Liberdade”, filme do diretor Richard LaGravenese, estrelado pela talentosa atriz Hillary Swank (duas vezes premiada com o Oscar, pelos filmes “Menina de Ouro” e “Meninos não choram”), baseado em história real, nos coloca em contato com uma experiência das mais enriquecedoras e necessárias. Sua trama gira em torno da necessidade de criarmos vínculos reais em sala de aula, conhecendo nossos alunos, despertando para suas histórias de vida, entendendo o que os motiva a ser as pessoas que são.

Emocionante relato de uma experiência bem-sucedida que ainda está em desenvolvimento, “Escritores da Liberdade” tem tudo para se tornar um novo libelo do cinema em prol da educação mais efetiva (como “Sociedade dos Poetas Mortos” ou “A corrente do Bem”), onde se respeitam alunos e professores e também em que as pessoas se percebem em suas particularidades e se permitem construir, conjuntamente, como aliados, um futuro melhor para todos. Imperdível!

Cansada do trabalho em empresas que desenvolvia até aquele momento e desiludida quanto às possibilidades de crescimento e realização pessoal naquele âmbito profissional, a jovem Erin Gruwell (Hillary Swank) resolve mudar de ares e dedicar-se à educação. Assume então uma turma de alunos problemáticos de uma escola que não está nem um pouco disposta a investir ou mesmo acreditar naqueles garotos.

A pecha de turma difícil, pouco afeita aos estudos e que vai à escola apenas para “cumprir tabela” se mostra, no começo da relação entre a nova professora e os alunos, uma realidade. O grupo, formado por jovens de diferentes origens étnicas (orientais, latinos e negros), demonstra intolerância e resistência à interação, preferindo isolar-se em guetos dentro da própria sala de aula.

A nova professora é vista por todos como representante do domínio dos brancos nos Estados Unidos. Os estudantes a entendem como responsável por fazer com que eles se sujeitem à dominação dos valores dos brancos perpetrados nas escolas. Suas iniciativas para conseguir quebrar essas barreiras aos relacionamentos dentro da sala de aula vão, uma a uma, resultando em frustrações.

Apesar de aos poucos demonstrar desânimo em relação às chances de êxito no trabalho com aquele grupo, Erin não desiste de sua empreitada. Mesmo não contando com o apoio da direção da escola e dos demais professores, ela acredita que há possibilidades reais de superar as mazelas sociais e étnicas ali existentes. Para isso, cria um projeto de leitura e escrita, iniciado com o livro O Diário de Anne Frank, em que os alunos poderão registrar em cadernos personalizados o que quiserem sobre suas vidas, relações, interações, idéias de mundo, leituras...

Ao criar um elo de contato com o mundo, Erin fornece aos alunos um elemento real de comunicação que lhes permite se libertar de seus medos, anseios, aflições e inseguranças. Partindo do exemplo de Anne Frank, menina judia alemã, branca como a professora, que sofreu perseguições por parte dos nazistas até perder a vida durante a 2ª Guerra Mundial, Erin consegue mostrar aos alunos que os impedimentos e situações de exclusão e preconceito podem afetar a todos, independentemente da cor da pele, da origem étnica, da religião, do saldo bancário.

“Escritores da Liberdade” é uma fabulosa história de vida que nos mostra como as palavras podem emancipar as pessoas e de que forma a educação, a cultura e o conhecimento são as bases para que um mundo melhor realmente aconteça e se efetive.

Lições:

1. Ame ao próximo como a si mesmo.
O ensino cristão baseado nas palavras de Jesus Cristo não é devidamente compreendido como deveria. As pessoas costumam levar as palavras ao pé da letra e associar esse breve e profundo enunciado ao verbo amar em seu sentido mais literal. Poucos são aqueles que extrapolam a compreensão mais imediata do vocábulo e o entendem, nesse contexto, como respeitar o próximo, tratá-lo com decência ou ainda admitir as diferenças e valorizá-las como parte da diversidade humana que nos leva ao crescimento. Parece que sempre queremos impor princípios, modelos, práticas e ações que levem os demais a serem parecidos conosco. Falamos em demasia e escutamos muito pouco. As próprias escolas, em particular aquelas que ainda baseiam sua ação quase que exclusivamente no modelo mais tradicional de educação, realizam monólogos e dão pouca vazão ao conhecimento e à história de vida dos alunos. Desvaloriza-se tudo aquilo que o estudante tem de experiência ao mesmo tempo em que se lhes impõe, goela abaixo, saberes que são considerados “essenciais” aos mesmos... Será que não está na hora de rever tudo isso?

2. A intolerância é, sabidamente, cultural. É um conceito construído ao longo de nossas existências. A tolerância, em contrapartida, parece nascer com cada ser humano. As crianças constituem o maior exemplo disso. Não há cerceamentos e restrições no contato com outros seres humanos entre os pequenos. Para eles, o importante é interargir, brincar, trocar, tocar, abraçar, jogar... Será que podemos aprender as lições das crianças?

3. Ler e escrever são elementos básicos da civilidade. Projetos de leitura, atividades de produção escrita regular, valorização dos livros e da literatura, espaços para a divulgação daquilo que está sendo produzido nas escolas pelos alunos no que tange a textos ou ainda à ampliação dos espaços de leitura são realidades e preocupações que vemos em nossas escolas?

(João Luís Almeida Machado, editor do Portal Planeta Educação, doutorando pela PUC-SP no programa Educação: Currículo, mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(SP), professor universitário e pesquisador)

Nota: É um ótimo filme, mas não deve ser visto por crianças, uma vez que contém cenas de violência e descrição de realidades que exigem certa maturidade de quem o assiste.

Terça-feira, Novembro 20, 2007

Conquista de Reis

Depois da destruição da Assíria, os vitoriosos babilônicos ficaram com as terras baixas da Mesopotâmia, as quais transformaram-se na base do novo Império do Oriente Médio, no reino de Nabucodonosor (605-562 a.C.). As terras altas do leste passaram ao domínio dos medos. Em 550 a.C., Ciro, naquele tempo príncipe da Pérsia e vassalo dos medos, rebelou-se e derrotou o rei dos medos, juntando mais tarde medos e persas para fundar o primeiro Império Persa (ou Aquemênida). Com as campanhas seguintes somaram-se Ásia Menor, Babilônia, Afeganistão e, depois da morte de Ciro, o Egito, formando-se assim o maior e mais poderoso império conhecido até então.

Durante o reinado de Dario (522-486 a.C.), o império foi organizado em vinte satrapias (províncias) que pagavam tributos. Dario estabeleceu um código legal completo, uma moeda estável e um eficiente sistema de correios. A natureza cosmopolita do império reflete-se no grande palácio construído por Dario em Persépolis (no sudoeste do atual Irã), onde os estilos arquitetônicos variam desde colunas lídias ou gregas a cornijas egípcias.

A área do palácio ocupava uma extensão aproximada de 270 metros quadrados. A porta principal estava do lado sul. A noroeste do palácio estava localizado o espaçoso aposento do trono, chamado Apadana. O terraço da parte central era sustentado por 36 belas colunas com estrias verticais e capitéis esculpidos, dispostas em seis fileiras de seis colunas cada. No aposento do trono havia muito ouro, prata e pedras preciosas.

A satrapia persa é uma verdadeira delegação de poderes. Ela reconhecia as identidades e as autonomias locais. Cada região conservava sua própria língua, suas leis, seus costumes, sua moral, sua religião e seus deuses (às vezes até mesmo seus chefes, como ocorreu na Fenícia, no Egito e na Palestina). Daí o porquê da relativa liberdade que os judeus dispersos desfrutaram no Império Persa. Esse modo de ver e de organizar as relações entre o soberano persa e as múltiplas etnias vassalas justifica o título de “rei dos reis” usado pelos soberanos aquemênidas.

Esse é o cenário histórico do filme “Conquista de Reis”, baseado na história bíblica de Ester. Xerxes I (ou Assuero) tornou-se rei do vasto império persa cerca de 485 a.C., aproximadamente cem anos depois da queda de Jerusalém sob domínio babilônico. O livro de Ester é, portanto, uma fatia da história da vida dos judeus exilados na Pérsia. Ester descendia desses judeus exilados.

Como sempre acontece nessas adaptações de histórias bíblicas para o cinema, o filme tem alguns detalhes ficcionais, mas em geral é bastante fiel às Escrituras. Com produção de primeira, o elenco conta com ícones como Omar Sharif e Peter O’toole.

Intrigas palacianas, traição, honra, justiça e confiança em Deus são ingredientes da trama. Além disso, o toque de romantismo adicionado à história de Xerxes e Ester torna o filme ainda mais agradável.

Quinta-feira, Novembro 08, 2007

Compromisso Precioso

Em setembro, a deputada Gabriele Pauli, da Alemanha, propôs nova lei segundo a qual casamentos valeriam por apenas sete anos e teriam que ser renovados depois desse período. A deputada disse que depois de sete anos os cônjuges poderiam renovar os votos do casamento por mais tempo. Segundo Pauli, a medida evitaria os altos custos de uma separação. Na Alemanha, quase a metade dos casamentos acaba em divórcio, o que não é muito diferente aqui no Brasil.

A proposta da deputada ilustra bem a maneira como muita gente encara o matrimônio em nossos dias: como um simples contrato que pode ser desfeito a qualquer momento.

Para fazer frente a essa tendência, a World Wide Pictures pruduziu “A Vow to Cherish” (traduzido como “Compromisso Perfeito”), a comovente história de uma família que, de repente, tem que encarar o drama do Mal de Alzheimer. Seria o voto matrimonial suficiente para manter unidos John e Ellen Brighton, um casal de meia idade, mesmo em meio aos problemas profissionais e familiares que surgem no decorrer da trama?

Phil Brighton, irmão e sócio de John, diferente do irmão, não leva a vida e os relacionamentos a sério e serve de contraponto às virtudes de John. A vida de ambos ilustra o contraste que há entre aqueles que lutam para manter um casamento feliz e abençoado e os que vivem de relações descartáveis. Onde está a verdadeira realização?

O elenco inclui Bárbara Babcock (“Um Sonho Distante”), Ossie Davis (“Dr. Dolittle”) e Donna Bullock (“Força Aérea Um”), entre outros bons atores.

Um ótimo filme para se ver em família.


Segunda-feira, Agosto 13, 2007

A Rainha

No intervalo de uma semana, entre o fim de agosto e o começo de setembro de 1997, um mundo de mudanças se abateu sobre a realeza da Inglaterra. O que era secular se modernizou, o que era dogmático se flexibilizou e o que era particular se tornou público. Depois daquela semana, em que morreu a ex-princesa Diana e Tony Blair elegeu-se primeiro-ministro, a Rainha Elizabeth II nunca mais foi a mesma.

O formidável "A Rainha" (The Queen, 2006), de Stephen Frears, filme muito justamente indicado a seis Oscars (incluindo melhor filme, roteiro original e direção), repassa a semana dia a dia. Começa com a eleição de Blair, representante do Partido Trabalhista, reerguido ao poder - depois de 18 anos de hegemonia do Partido Conservador - com um discurso de reciclagem das relações de trabalho, incentivando o livre mercado sem deixar de lado a assistência social. É a famosa Terceira Via que fez de Blair um superstar do neoliberalismo durante a segunda metade da década.

Não foi, porém, a agenda ideológica que impulsionou a popularidade de Blair nos seus primeiros dias de governo. No mesmo dia da posse, Diana Spencer, acompanhada do namorado Dodi Al-Fayed, morre em um acidente de carro em Paris. Torpor generalizado no Palácio de Buckingham. Fica acordado que a família Spencer de Gales fará um funeral familiar. Blair telefona para a Rainha. Esta responde que não fará pronunciamentos oficiais - não cabe à instituição da realeza comentar a morte de uma pessoa que não faz mais parte da família real, argumenta. Blair decide então falar às câmeras em nome do Parlamento. É no emocionado discurso, escrito por um assessor, que surge pela primeira vez a expressão Princesa do Povo.

Não estranhe se Tony Blair, nas rápidas atitudes midiáticas tomadas para aliviar a perda dos ingleses, despontar como protagonista do filme. É a partir de suas reações que Frears delineia a personalidade da Rainha. O populismo de Blair contrasta com a reserva de Elizabeth II, que considera o luto, acima de tudo, um assunto íntimo. O apego da rainha à instituição que ela representa - "nunca hasteamos a bandeira real a meio mastro e não será agora" - é a antítese da retórica televisionada que arquiteta a equipe do primeiro-ministro.

É de valores que Frears fala, no fundo. E o ator Michael Sheen, que já havia interpretado Blair em outra produção de Frears, o telefilme The Deal, se sai muito bem compondo um personagem moralmente complexo. Vista publicamente desde 1997 como uma rancorosa opositora à imagem santa de Diana, Elizabeth II ganha no filme - e na figura estupenda da atriz Helen Mirren, indicada ao Oscar - um pouco de justiça histórica. Seu entendimento do que são os deveres e os limites de um soberano, sua visão de mundo no que se refere a privacidade e símbolos públicos, são bem mostrados em "A Rainha".

Do lado de fora, parece mesmo que a família real só gasta o dinheiro dos contribuintes ingleses. Do lado de dentro - como o diretor de fotografia brasileiro Affonso Beato nos mostra sem sensacionalismo, com o maior dos respeitos, circulando ao redor da rainha sem ofendê-la com dramatizações de câmera - fica mais fácil entender como é complicado ser a representação física, humana, diplomática, de um país inteiro.


Terça-feira, Julho 31, 2007

À procura da felicidade

O que é felicidade? Certamente há algumas respostas possíveis, mas se você perguntar para um pai de família desempregado, incapaz até mesmo de pagar o aluguel de uma pensão e responsável por criar sozinho o filho de cinco anos (já que a mulher acabou por abandoná-lo), ele certamente dirá que felicidade é ter um emprego que lhe dê dignidade e capacidade de manter a família.

“À Procura da Felicidade” é a história de muitos cidadãos ao redor do mundo, que lutam por uma vida melhor e não cruzam os braços esperando que tudo caia do céu. Não deixa de ser também uma denúncia contra o capitalismo selvagem que sufoca as pessoas e tem níveis de exigência quase absurdos para que se possa alcançar a tão almejada estabilidade financeira.

Mas o que mais chama atenção na trama (inspirada numa história real) é a integridade de Chris Gardner (Will Smith). Ele tenta vencer de forma honesta, sem apelar para mentiras a fim de conseguir o ambicionado emprego de corretor de ações. Numa época em que uns pisam nos outros e não relutam em vender a dignidade para conquistar status e encher os bolsos, a mensagem do filme é mais do que necessária.

Quando chega ao fundo do poço, Gardner ainda encontra tempo para se preocupar com a formação do filho (seu exemplo de honestidade certamente fala mais alto) e para estudar um manual volumoso que poderá lhe garantir o cargo desejado na empresa onde depois de muito esforço consegue inicialmente estagiar sem remuneração.

Detalhe: o menino que interpreta o filho de Smith no filme, Jaden Smith, é filho dele na vida real. E nem é preciso dizer que a atuação de ambos é fantástica.

Domingo, Junho 17, 2007

Quase deuses

"Quase Deuses" (Something the Lord Made, 2004) é um achado! Daqueles filmes que você vai locar porque não tem muitas opções inéditas ou porque um atendente lhe indicou e não se arrependerá.

Alfred Blalock e Vivien Thomas foram médicos pioneiros em operações cardíacas, numa época em que todos os cirurgiões renomados seguiam uma lei de nunca tocar no coração humano e que negros (como Vivien) sofriam muito com o racismo. A trama aborda desde o início do relacionamento de amizade entre eles até o final de suas vidas. Ambos faleceram há mais de 20 anos.

Difícil é dizer o que se destaca mais neste filmaço feito pela HBO e dirigido pelo experiente (e fracassado nos cinemas) Joseph Sargent (80 anos), que abandonou as telonas após ser indicado ao Framboesa de Ouro com seu "Tubarão - A Vingança" (1987) e se manteve firme dirigindo filmes para a TV, até que a experiência lhe trouxe muitos Emmys e dois prêmios consecutivos mo Directors Guild Of America por "Quase Deuses" e "Warm Springs".

O roteiro, escrito a quatro mãos por Robert Caswell e Peter Silverman, soube muito bem colocar numa mesma panela, sem muita pieguice, vários relacionamentos importantes na trama. Podemos acompanhar a amizade entre o bruto e insensível Alfred e Vivien - um orgulhoso trabalhador que ama o que faz. Outra trama paralela muito bem desenvolvida é entre Vivien e sua esposa, pois o salário do marido (que não conseguiu se formar, apesar de ser tão bom médico quanto seu mentor) mal dá para pagar o aluguel. O racismo também é muito presente e nos mostra, sem julgamentos dos personagens (algo raro em filmes que abordam o tema), uma parte triste da história norte-americana. Sim, temos toda a luta dos médicos para salvar vidas (bem no estilo "Plantão Médico"), incluindo uma criança que foi a primeira a receber uma cirurgia no coração em toda a história.

Alan Rickman e Mos Def funcionam tão bem juntos, trabalham tão seriamente, mostrando tanta concentração durante todos os 110 minutos de filme, que mereceram as indicações que ambos receberam ao Globo de Ouro e Emmy por esse trabalho.

(100% Vídeo)

Sexta-feira, Maio 11, 2007

Desafiando Gigantes

Quem nunca teve que enfrentar grandes desafios na vida? A diferença entre o vencedor e o perdedor pode estar em sua fonte de apoio. Em seis anos como técnico de futebol americano de uma escola, Grant Taylor não consegue levar seu time, o Shiloh Eagles, a uma temporada de vitórias. Por isso, todos começam a vê-lo como um derrotado e a direção da escola pensa em demiti-lo.

Em casa, as dificuldades também o jogam mais para o fundo do poço. A esposa quer muito ter um filho e, depois de alguns exames, o casal descobre que o problema está com ele. Como os tratamentos de fertilidade são caros, a idéia do filho é deixada de lado. Depois de tantos reveses, o pensamento de desistir de tudo lhe passa pela cabeça. Até que um visitante inesperado o desafia a acreditar no poder da fé. E é na oração e na leitura da Bíblia que Taylor descobre a força da perseverança para vencer.

Depois de descobrir que a Bíblia pode ser a solução para sua vida, Taylor passa a usá-la no trabalho, contagiando os jovens que treina e promovendo mudanças na vida deles também.

A direção é de Alex Kendrick (que também é o ator principal) e a distribuidora é a Sony Pictures. Mesmo quem não entende nada de futebol americano (ou ache o esporte muito violento, como é o meu caso), pode se emocionar com essa produção que relaciona a fé em Deus às lutas e situações do dia-a-dia.

Embora certas situações e o desempenho dos atores deixem um pouco a desejar em alguns momentos, a produção tem qualidade comparável à dos típicos filmes hollywoodianos. A trilha sonora também ajuda bastante.

Dá para se promover boas discussões sobre fé prática, estudo da Bíblia, oração e testemunho.