O nome de Lutero obteve maior popularidade nos últimos anos devido ao filme com seu nome. Alguns acreditam que ele foi o único responsável pela Reforma Protestante. No âmbito humano, vários homens contribuíram para o início e desenvolvimento da Reforma. Com certeza os mais conhecidos são Martinho Lutero e João Calvino, nessa ordem. No entanto, homens de Deus contribuíram tanto antes como durante e após o estopim na igreja Católica.
Proponho nessa postagem considerarmos um pouco sobre esses personagens que vivenciaram um dos fatos mais importantes da Igreja.
I – OS PRÉ-REFORMADORES
JOÃO WYCLIFFE (1328-1384) – Foi aluno e professor em Oxford. Tinha como desejo reformar a igreja despojando os padres das propriedades (fonte da corrupção) e afastando os imorais. Criticava a falta de moral na liderança. Defendeu Cristo e não o Papa como cabeça da Igreja, autoridade da Bíblia e não da igreja. Possibilitou ao povo o entendimento dessas verdades realizando a primeira tradução da Bíblia para o inglês.
JOÃO HUSS (1373-1415) – Seguidor dos ensinos de Wycliffe, estudou na Universidade de Praga, onde também foi professor e reitor. Rejeitou as indulgências, considerava sem valor para o verdadeiro perdão divino. Em 6 de junho de 1415 foi condenado e queimado vivo. Seus seguidores deram continuidade a sua obra. Pelo seu testemunho de coragem exerceu grande influência sobre a vida de Lutero.
SAVONAROLA (1452-1498) – Desistiu da medicina e dedicou-se a vida monástica. Baseou sua ação em Florença. Atacou o mau caráter e a falta de governo do Papa Alexandre VI. Não o teve mesmo desenrolar de Wycliffe e Huss. Foi condenado e enforcado a mando do Papa em 23 de maio de 1498. Seu corpo depois fora queimado.
II – MARTINHO LUTERO, O Estopim da Reforma
O homem e a ocasião para Reforma se encontraram na Alemanha do século XVI. Assim expressa CAIRNS (p. 233) ao falar sobre Lutero.
Tendo um pai com boas condições, nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Teve uma educação rigorosa. Sofreu grande influência de sua mãe, uma crente supersticiosa.
Na universidade de Erfurt graduou-se em artes em 1502, obteve o título de mestre em 1505. Encaminhava-se para o estudo do direito, desejo do seu pai. Interrompeu seu trajeto por ocasião de uma grande tempestade onde sua vida esteve sob perigo. Prometera tornar-se monge se permanecesse vivo.
Ordenado em 1507 celebrou sua primeira missa. Em 1512 recebeu o grau de doutor em Teologia. Passara a ser professor. Destacou-se no ensino e na pregação. O reitor da Universidade declarou: “Este frade derrotará todos os doutores; introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se funda sobre a palavra de Cristo e ninguém no mundo pode combater em destruir esta palavra.” (FERREIRA, 24)
O estudo das Escrituras o incomodava. Sentia um clamor em sua alma. Romanos 1.17 abriu sua mente para a salvação pela fé somente.
Pregou veementemente contra as indulgências. Considerava uma relação reta e pessoal com Deus suficiente para trazer a salvação. Na porta da igreja do castelo de Wittenberg, local que servia para colocar os boletins da universidade, foi afixado seu protesto em forma de 95 teses. “Atacara a hierarquia, os sacramentos e a teologia da Igreja Romana.” (CAIRNS, p. 237)
Seu principal opositor era Tetzel, responsável pelas indulgências na igreja Católica. Lutero foi excomungado em junho de 1520, teve seus livros queimados. Levado por seus amigos passou algum tempo escondido. Nesse ínterim, traduziu o Novo Testamento para o alemão em 1 ano. Depois concluiu a tradução de toda a Bíblia.
WALKER descreve Lutero como “um dos poucos homens de quem se pode dizer que sua obra alterou profundamente a história do mundo. Não era organizador nem político. Movia os homens pelo poder de profunda fé religiosa resultante de inalterável confiança em Deus e relação direta, imediata e pessoal com ele.” (p. 9, V 2)
Faleceu em 18 de fevereiro de 1546, com 62 anos. Seu fúnebre fora realizado por seu substituto, Felipe Melanchton.
III – JOÃO CALVINO, O Sistematizador da Reforma
Enquanto Lutero foi a voz profética da Reforma, Calvino foi o organizador.
Seu nascimento ocorreu em Noyon, França, em 10 de julho de 1509. Estudou direito, filosofia e teologia. Era um humanista. Antes de sua dedicação aos tratados teológicos, já se destacava como humanista.
Em 1936, aos 26 anos, concluiu sua grande obra, reconhecida até hoje: As Institutas da Religião Cristã. Na teologia de Lutero se destacava a justificação pela fé, na de Calvino a soberania de Deus. Após a morte de seu pai, dedicou-se ao estudo do grego e hebraico. Isto permitiu que ele elaborasse excelentes comentários sobre os livros da Bíblia.
Foi um grande exegeta, teólogo e pastor. É considerado o pai da exegese moderna. Além de reformador foi um grande incentivador da educação. “Em substituição à Academia, ele criou em Genebra um sistema de educação em três níveis, hoje conhecida como Universidade de Genebra, fundada em 1559. Sua ênfase sobre a educação chegou aos Estados Unidos, quando algum tempo depois os puritanos, calvinistas, criaram escolas no novo mundo.” (CAIRNS, p. 254)
Sua obra, As Institutas, tornou-se a principal referência em termos de teologia reformada. A teologia decorrente de seus ensinos ficou conhecida como calvinismo, o que também servia para diferenciá-la da teologia luterana. A forma de governo de igreja concebido por ele ficou conhecida por presbiterianismo.
Seu último sermão foi pregado em 6 de fevereiro de 1564, quando muito enfermo, foi levado a igreja em uma cadeira de rodas. Em uma reunião com os ministros em Genebra, um mês antes de sua morte, declarou: “A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu graça de escrever. Fiz isso de modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentado a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio de alguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.” (FERREIRA, 54)
Faleceu em 27 de maio de 1564.
visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé." (Rm 1.16 e 17)
[1] Outro personagem importante foi Huldreich Zwínglio. Realizou grande obra na Suíça e também foi um dos organizadores do pensamento da Reforma. Não foi possível considerá-lo nessa postagem para não torná-la muito grande. Sobre Zwínglio veja AQUI ou AQUI.
VEJA TAMBÉM: REFORMA PROTESTANTE, por quê e como aconteceu? clique AQUI
REFERÊNCIAS:
CAIRNS, Earle E. O CRISTIANISMO ATRAVÉS DO SÉCULO. São Paulo: Vida Nova, 1984.
FERREIRA, Franklin. TEOLOGIA DA REFORMA. Apostila do Mestrado em Teologia da Faculdade Batista de Teologia do Amazonas, 2001.
OLSON, Roger. HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ. São Paulo: Vida, 2001
WALKER, Williston. HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ. Rio de Janeiro e São Paulo: JUERP/ASTE. 4ª Ed, 1983.
Resposta: Ao compreendermos a história da Igreja Protestante e da Reforma, é importante primeiramente entender que uma das alegações feitas pela Igreja Católica Romana é a da sucessão apostólica. Isto simplesmente significa que eles alegam uma autoridade única sobre todas as igrejas e denominações, fazendo um retrocesso através dos séculos na linha de sucessão dos papas da Igreja Católica, chegando até o Apóstolo Pedro. Na visão que têm os católicos, isto dá a Igreja Católica Romana a singular autoridade que suplanta todas as denominações de igrejas. De acordo com a Enciclopédia Católica, esta sucessão apostólica é somente “encontrada na Igreja Católica” e nenhuma “igreja separada tem qualquer validade de alegar para si este direito.”
É por causa desta sucessão apostólica que a Igreja Católica Romana alega ter a singular autoridade para interpretar as Escrituras e estabelecer doutrinas, assim como ter um supremo líder no papa, que é infalível (livre de erro) quando falando ex cathedra , ou seja, no exercício de sua posição como pastor e mestre de todos os cristãos. Por este motivo, de acordo como a visão católica romana, os ensinamentos e tradições da Igreja Católica Romana, por virem do papa, são igualmente infalíveis e dotadas de autoridade, assim como as próprias Escrituras. Esta é uma das maiores diferenças entre os católicos romanos e os protestantes, e foi uma das razões fundamentais para a Reforma Protestante.
Logicamente os católicos romanos não são os únicos que tentam alegar para si a singular autoridade através da sucessão apostólica, rastreando as raízes de sua igreja até os dias dos primeiros apóstolos. Por exemplo, a Igreja Ortodoxa Oriental também alega sucessão apostólica, sendo esta muito parecida com a visão católica romana. A divisão entre a Igreja Ortodoxa Oriental e o Catolicismo Romano não ocorreu até o “Grande Cisma” em 1054 d.C. (a Igreja Católica Romana ocidental e a Igreja Ortodoxa oriental se separam). Há também algumas denominações protestantes ou grupos que tentarão estabelecer um “Rastreamento de Sangue” que possa ser feito retroativamente através dos séculos até a igreja do primeiro século e aos próprios apóstolos. Apesar destes protestantes não afirmarem a sucessão apostólica para estabelecer a autoridade de um “papa” como um líder infalível, eles, mesmo assim, vêem tal ligação com a igreja primitiva, em pelo menos um pequeno grau, como estabelecendo a autoridade de suas doutrinas e práticas.
O problema com qualquer uma destas tentativas de traçar uma linha de sucessão até os apóstolos no passado, sendo a Igreja Católica Romana, a Ortodoxa Oriental ou Protestante, é que são todas uma tentativa de deduzir ou apoiar a autoridade do que eles crêem e ensinam (de fontes erradas), com alguma conexão real ou percebida com os apóstolos, ao invés de vindas diretamente da Palavra de Deus. É importante para os cristãos compreender que a sucessão apostólica direta não é necessária para que uma igreja ou denominação tenha autoridade. Deus deu e preservou a suprema autoridade para todos os assuntos de fé e prática na Sua Santa Palavra, a Bíblia. Por esta razão, a autoridade de uma determinada denominação de igreja hoje não vem através de um laço qualquer com a igreja do primeiro século ou apóstolos, mas vem somente e diretamente da escrita Palavra de Deus. Os ensinamentos de uma igreja ou denominação têm autoridade e se impõem nos cristãos somente se representam o verdadeiro significado e claro ensinamento das Escrituras. Isto é um ponto importante a chegar quando se trata de compreender a conexão entre Protestantismo e a Igreja Católica Romana, e a razão por que a Reforma Protestante ocorreu.
Ao se compreender a história do Cristianismo e as alegações de sucessão apostólica, tão bem quanto a alegação da Igreja Católica Romana em ser a única Igreja verdadeira com singular autoridade, é importante que cheguemos a alguns pontos-chave: Primeiro, devemos compreender que mesmo nos dias dos apóstolos e na igreja do primeiro século, falsos mestres e falsos ensinamentos se constituíam em problema significante. Sabemos disto porque encontramos avisos contra heresias e falsos mestres em todos os escritos posteriores do Novo Testamento. O próprio Jesus alertou que estes falsos mestres seriam como “lobos em pele de cordeiro” (Mateus 7:15), e que haveria “joio e trigo” convivendo até o dia do julgamento, quando Ele separaria os salvos dos perdidos, os verdadeiros crentes “renascidos” daqueles que não O receberam verdadeiramente (Mateus 13:24-30). Isto é importante na compreensão da história da igreja, pois desde quase o começo falsos mestres e falsos ensinamentos invadiram a igreja, desviando as pessoas do caminho correto. Mas apesar disto, sempre houve também os verdadeiros crentes “renascidos”, que através de todas as gerações, mesmo nos períodos mais negros da idade das trevas, se agarraram firmemente às doutrinas bíblicas de salvação apenas pela graça, através somente da fé, somente em Jesus Cristo.
A segunda coisa que devemos saber para podermos compreender corretamente a história da igreja é que a palavra “católico” simplesmente significa “universal”. Isto se faz importante porque os escritos cristãos primitivos do primeiro e segundo séculos, quando o termo “católico” é usado, referem-se à “igreja universal” ou “corpo de Cristo” que é feito dos crentes “renascidos” de cada tribo, língua e nação (Apocalipse 5:9; 7:9). Entretanto, como muitas palavras através dos tempos, a palavra “católico” começou a assumir novo significado, ou veio a ser usada em um novo sentido. Através dos tempos, o conceito de uma igreja “universal” ou “católica” começou a tornar-se o conceito de que todas as igrejas eram consideradas como formando, juntas, uma igreja, não apenas espiritualmente, mas também visivelmente, estendendo-se através do mundo. Este mal entendimento da natureza da igreja visível (que sempre teve “joio e trigo” e a igreja invisível (o corpo de Cristo que é feito apenas de crentes renascidos), levaria ao conceito de uma visível Igreja Católica Santa, fora da qual não há salvação. É por causa deste mal entendimento da natureza da igreja universal que a Igreja Católica Romana se desenvolveu.
Antes da conversão de Constantino ao Cristianismo em 315 d.C., os cristãos haviam sido perseguidos pelo governo romano. Com sua conversão, o Cristianismo tornou-se uma religião permitida do Império Romano (e mais tarde tornou-se a religião oficial), e desta forma a Igreja “visível” juntou-se com o poder do governo Romano. Este casamento de Igreja e Estado levou à formação da Igreja Católica Romana, e através dos tempos fez com que a Igreja Católica Romana refinasse sua doutrina e desenvolvesse sua estrutura da forma que melhor servisse aos propósitos do governo romano. Durante este tempo, opor-se à Igreja Católica Romana era o mesmo que se opor ao governo romano, o que acarretava severas penas. Por este motivo, se alguém discordasse com alguma doutrina da Igreja Católica Romana, seria uma séria ofensa que freqüentemente levaria à excomunhão, e às vezes até a morte.
Apesar de tudo, neste momento da história havia verdadeiros cristãos “renascidos” que se levantariam e se oporiam à secularização da Igreja Católica Romana e à distorção da fé que seguiam. Através desta combinação entre Igreja e Estado, através dos tempos, a Igreja Católica Romana efetivamente silenciou aqueles que se opuseram a qualquer uma de suas doutrinas e práticas, e verdadeiramente quase se tornou uma igreja universal através do Império Romano. Havia sempre “bolsões” de resistência a algumas das práticas e ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana, apesar de serem relativamente pequenos e isolados. Antes da Reforma Protestante, no século XVI, homens como John Wycliffe, na Inglaterra, John Huss, na então Tchecoslováquia e John of Wessel na Alemanha, todos já haviam dado suas vidas por sua oposição a alguns dos ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana.
A oposição à Igreja Católica Romana e a seus falsos ensinamentos piorou no século XVI, quando um monge católico Romano chamado Martin Luther (Martinho Lutero) pregou suas 95 Teses contra os ensinamentos da Igreja Católica Romana na porta da igreja do castelo de Wittenbert, Alemanha. A intenção de Martinho Lutero era reformar a Igreja Católica Romana, e fazendo assim estava desafiando a autoridade do papa. Com a recusa da Igreja Católica Romana em dar ouvidos à chamada de Lutero para a reforma e retorno às doutrinas e práticas bíblicas, iniciou-se a Reforma Protestante, da qual quatro divisões ou tradições principais de Protestantismo surgiriam: Luteranismo, Reformados, Anabatistas e Anglicanos. Durante este tempo Deus levantou homens piedosos em diferentes países para, uma vez mais restaurar igrejas por todo o mundo a suas origens bíblicas e a suas doutrinas e práticas bíblicas.
Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores, constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas quatro questões ou doutrinas são: Como uma pessoa é salva? Onde reside a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual a essência do viver cristão? Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, John Calvin (João Calvino) e John Knox estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para única) da Reforma. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até ao ponto de morrer. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma Protestante são:
1- Sola Scriptura, somente a Escritura: afirma a doutrina bíblica de que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: “Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."
2- Sola Gratia, somente a graça (salvação somente pela graça): afirma a doutrina bíblica de que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.
3- Sola Fide, somente a fé (salvação somente pela fé): afirma a doutrina bíblica de que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.
4- Solus Christus – somente Cristo: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.
5- Soli Deo Gloria, glória somente a Deus: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto demonstra que como cristãos devemos glorificar sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e somente para sua glória.
Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia necessária para fazer com que as igrejas através do mundo voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos quanto eram no passado. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja Católica Romana no século XVI.